HAK: Prabowo cometeu três crimes em Timor-Leste

A Associação dos Direitos Humanos (HAK, em indonésio) considera que o atual Ministro da Defesa indonésio, Prabowo Subianto, “cometeu, durante a invasão indonésia, três grandes crimes de violação de direitos humanos em Timor-Leste”.
As afirmações são do Vice-Diretor da HAK, Sisto dos Santos, na sequência da declaração do Chefe de Estado-Maior das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), o Major Lere Anan Timur, segundo a qual “o ex-General Prabowo Subianto não entra na lista de graves violações dos direitos humanos em solo timorense”.
Sisto dos Santos lembrou que, segundo os relatórios da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR) e da Organização das Nações Unidas (ONU), o atual Ministro da Defesa indonésio esteve envolvido em massacres em Timor-Leste, nomeadamente no de Marabia, em Díli, em 1980, no de Crarás, em Viqueque, em 1983, e no de Santa Cruz, na capital, em 1991.
“Todas as organizações da sociedade civil, em representação da população timorense, continuam, por isso, a exigir à comunidade internacional que julgue Prabowo Subianto por ter matado e violado os direitos humanos de civis, pois era então o Comandante das Forças Especiais (KOPASSUS, em indonésio)”, apelou o Vice-Diretor da HAK, em declarações aos jornalistas, na quinta-feira (22/10), em Farol.
O responsável mostrou-se ainda entristecido com a decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Estados Unidos da América de ter autorizado Prabowo Subianto a visitar o país em causa, embora estivesse na lista negra.
“A autorização foi problemática. É uma violação dos direitos humanos e um crime contra a humanidade invadir outro país, matando civis. A lei criminaliza esta prática”, afirmou.
Sisto dos Santos sugere, por isso, que Timor-Leste melhore a justiça em relação aos eventos passados de modo a que possa, no futuro, fortalecer a democracia e os direitos humanos.
“Se já não julgámos um ator do Estado que matou civis, como poderíamos julgar um corrupto? Mantemos, por isso, a nossa exigência junto da comunidade internacional, visto que é da sua responsabilidade e não de Timor”, afirmou.
Na mesma linha, o investigador da Asia Justice and Rights (AJAR), Inocêncio Xavier, pediu também às F-FDTL que continuassem a proteger e defender os direitos humanos de todos os cidadãos, incluindo dos que já perderam a vida, e das crianças desaparecidas durante a ocupação da Indonésia. ida
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