Ramos Horta considera impasse político um teste para dirigentes partidários

José Ramos Horta disse que o impasse político que Timor-Leste atravessa constitui um teste para os dirigentes partidários.
“Timor-Leste vive atualmente uma crise política resultante da nossa democracia. No entanto, caso os líderes consigam encontrar uma fórmula rápida, aumentaria a nossa credibilidade. A qualidade de liderança é normalmente testada em situações de crise e de dificuldades. É nos próximos dias e semanas que vamos então ver o que são capazes de fazer”, disse, no passado sábado (18-01), na sua residência, em Metiaut, Díli.
Horta insistiu na ideia de que, se o Presidente da República e os líderes dos partidos políticos souberem agir com “inteligência”, a situação de incerteza política trará impacto positivo à credibilidade de Timor-Leste além-fronteiras. Em contrapartida, em caso de insucesso, poderá afetar a diplomacia do país e atrasar o seu desenvolvimento.
“O sucesso vai depender da forma como os líderes vão gerir esta crise. Se gerirem com inteligência o impacto será até muito positivo. Caso contrário, toda a nossa credibilidade cai por terra”, disse.
Segundo Horta, para pôr termo ao impasse político, é fundamental promover encontros entre todos os dirigentes políticos, sublinhando, no entanto, que todas as decisões estarão nas mãos do Presidente e dos partidos com assento no Parlamento.
O diplomata fez também um apelo à população para que esteja tranquila, dado que a situação no país se mantém calma, ainda que exista uma crise política.
Questionado sobre quem assumirá o cargo de Primeiro-Ministro, Horta disse pretender ajudar o futuro Governo, independentemente da cor partidária.
Ronda do PR: UDT/FM defende Governo de inclusão
O Presidente da República, Francisco Guterres “Lú Olo”, começou a ouvir as opiniões dos líderes partidários com assento parlamentar no sentido de encontrar uma solução que ponha fim ao impasse.
No primeiro dia de ronda, Lú Olo reuniu-se com os líderes das bancadas do partido do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) e Partido Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor-Oan (KHUNTO).
Segundo a Presidente do partido KHUNTO, Armanda Berta dos Santos, os dois partidos vão aguardar que o Chefe de Estado tome uma decisão final sobre a incerteza política que o país atravessa.
“Abordámos duas questões no encontro com o Chefe de Estado. Primeiro, todos foram unânimes na necessidade de existir um consenso entre os líderes nacionais. O segundo ponto prende-se com o artigo 86.º, da alínea F da Constituição, que atribui competências ao Presidente para resolver qualquer situação de incerteza política”, disse.
Também o Secretário-Geral do Partido do CNRT, Francisco Kalbuadi Lay, disse que o partido aguarda que o Chefe de Estado tome uma decisão final.
Já a coligação dos partidos Unidade Democrática de Timor-Leste e Frente de Mudança (UDT/FM) defende um Governo de “Grande Inclusão”, salientando que “o povo está saturado de eleições antecipadas”.
Recorde-se que as rondas negociais do Presidente da República manter-se-ão até 04 de fevereiro. oct
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