Opinião pública aponta críticas ao Governo por falta de regulação do serviço médico

Segundo a opinião pública, o ato ilícito praticado recentemente por alguns profissionais de saúde do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), nomeadamente o episódio relacionado com o transporte de fármacos para proveito familiar, revelam da parte do Governo sinais de fragilidade na gestão de controlo e na regulação criteriosa do serviço médico em Timor-Leste.
Isaías Soares, estudante da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), pôs em causa o sentido de nacionalismo e patriotismo por parte dos profissionais de saúde por estes terem alegadamente roubado medicamentos do HNGV para benefício familiar, ato que considera reprovável e que deve ser alvo de investigação.
“A meu ver, isto é crime. O Governo gasta dinheiro todos os anos na aquisição de medicamentos para os entregar ao HNGV. Os fármacos destinam-se apenas aos doentes, pelo que não é permitido que sejam levados para o exterior, às escondidas, por parte de profissionais de saúde”, disse Isaías Soares, na passada segunda-feira, aos jornalistas do GMN, no Campus da UNTL, em Caicoli, Díli.
O estudante referiu ainda que a falta de medicamentos no HNGV se deve, única e exclusivamente, à ação ilegal desencadeada por alguns profissionais de saúde.
“Depois de efetuada a consulta médica, aos pacientes são-lhes apenas dado ‘paracetamol’. Não há outros tipos de medicamentos. Os médicos emitem receitas aos utentes, sugerindo-lhes que os vão comprar às clínicas privadas. Desconfiamos se estes medicamentos não terão sido enviados para as clínicas privadas”, referiu o estudante.
“Lamentamos esse tipo de atitude por parte dos profissionais de saúde. Revelam uma falta de espírito de nacionalismo. Sugerimos, como tal, à PDHJ e à CAC que efetuem uma investigação sobre o caso que envergonha a classe destes profissionais”, afirmou.
Também Agostinho da Gama, residente em Díli, considerou imoral a ação protagonizada por certos profissionais de saúde, tendo salientado a importância dos fármacos para a sobrevivência dos doentes.
“Estes medicamentos são fundamentais para salvar vidas humanas. Por isso, deviam ser bem controlados pela instituição responsável, neste caso o centro hospitalar. Sugiro, por isso, à PDHJ e à CAC que investiguem o caso. Quem teime em ignorar o caso, deverá eventualmente estar envolvido”, disse Agostinho.
Recorde-se que o Diretor-Executivo do centro hospitalar, Aniceto Barreto Cardoso, tinha antes confirmado a notícia de o pessoal de saúde do hospital serem os principais suspeitos no envolvimento de transporte ilegal de fármacos para o exterior.
Aniceto Cardoso lembrou ainda que o caso ocorreu em duas ocasiões, a primeira no dia 8 de novembro e a segunda no passado dia 12 do mesmo mês, tendo sublinhado que, embora estas duas ocorrências tivessem sido divulgadas pelos vários órgãos de comunicação social e nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, é necessário que sejam realizadas todas as diligências no sentido de serem apurados todos os factos antes mesmo de o caso ser julgado em Tribunal. Ety
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